O ambiente organizacional tem passado por algumas constantes e futuras
mudanças comportamentais, que vem exigindo dos gestores uma grande
capacidade de resiliência (conceito emprestado da física para adaptação a esse
novo cenário). Com o processo de globalização, importantes mudanças ocorreram
no mundo das organizações, e a diversidade de gênero passou a difundir-se na
força de trabalho antes caracterizada pela relativa homogeneidade onde
encontram-se homens que buscam os cargos de líderes e mulheres nas mesmas
condições em cargos subalternos.
Historicamente as mulheres nas empresas são marcadas pelo autoritarismo. Mas
também, essas mesmas empresas, contraditoriamente têm experimentado o
abandono dos profissionais. É nesse movimento entre disciplina imposta e não
disciplina que se situam a preocupação, as dúvidas e as incertezas dos diretores,
líderes e colaboradores na atualidade.
Segundo Hunter (2004) “Liderança é habilidade de influenciar pessoas para
trabalharem entusiasticamente visando atingir os objetivos identificados como
sendo para o bem comum”.
É possível identificar a diferença entre “chefe” e “líder” através das ações e
posturas tomadas frente ao trabalho de modo geral. O chefe impõe seus
pensamentos enquanto o líder sabe coordenar e tirar o melhor de cada membro
da equipe e esse papel está cada vez sendo mais bem desenvolvido pelas
mulheres.
Não é possível desvincular as execuções das tarefas das construções dos
relacionamentos, visto que, o objetivo de alcançar resultados depende de dois
pilares que são o operacional e o social. (Hunter, 2004).
Vivemos em uma era de constantes mudanças, na qual existe uma grande
concorrência no mercado de trabalho e quem ganha destaque nesta busca é a
mulher, que cada vez mais vem conquistando seu espaço e ocupando cargos de
liderança nas empresas.
Frankel (2007) afirma que “quer pela prática natural, quer pela educação, as
competências femininas (...) representam apenas alguns comportamentos que as
qualificam a ocupar postos importantes de liderança”.
Ser competente independe do fato de ser homem ou mulher, segundo Frankel
(2007) “não tem nada a ver com ser competente ou incompetente pelo fato de ser
homem ou mulher. Mas, sim, tem a ver com o fato de ser homem ou mulher no
mundo contemporâneo, o que traz visões de mundo diferentes para cada gênero”.
É preciso pensar então na capacidade da mulher em atentar para várias direções
ao mesmo tempo, enquanto os homens só conseguem focar em apenas uma
direção por vez.
Autores como Frankel e Navarro destacam a todo o momento as qualidades e
competências das mulheres para assumirem a direção de empresas de pequeno,
médio e grande porte. Frankel (2007) ressalta que “todas as mulheres são,
naturalmente, líderes e que certas características exclusivas da mulher são o que
faz a grande diferença no novo conceito de liderança que as empresas buscam
atualmente”.
O gestor moderno precisa ser forte o suficiente para que possa incentivar a
quebra de paradigmas. Precisa tirar o funcionário da zona de conforto e levá-lo
para a zona de desafio.
Segundo Navarro (2008) “a presença das mulheres em praticamente todas as
profissões e o brilho com que muitas delas exercem suas funções mostram que
competência não é um fator determinado pelo gênero”.
De acordo com Navarro (2008), houve um tempo em que a mulher era excluída
do mundo dos negócios. Já faz algum tempo elas vem aos poucos ocupando
espaço no mercado, enfrentando todo tipo de adversidade, uma evidência dessa
conquista está no fato de a mulher está despertando para os ajustes de seu
comportamento, saindo do papel de vítima e assumindo a responsabilidade pelo
seu sucesso.
De acordo com os estudos de Caroline Borelli Alonso (2007), a mulher era vista
como um objeto que não necessitava de uma remuneração e, portanto não era
bem vinda em todas as atividades do mercado, principalmente nos cargos de
chefia que requeriam muita responsabilidade, dedicação e pulso firme. A elas
cabia a fatia do mercado informal onde os trabalhos femininos que traziam
dinheiro eram vendas de doces, arranjos de flores, aulas de piano, etc., o que
significava não ter que sair de casa, não ser necessária dedicação exclusiva, estar
perto dos filhos e das atividades domésticas, não ter uma renda maior que a do
companheiro.
Depois da década de 70 é que a mulher se lançou em novos caminhos para o
reconhecimento e o crescimento profissional, dando um grande salto, deixando os
postos de mãe, dona de casa e esposa, e se descobrindo como trabalhadora, se
espalhando por todos os setores e tipos de emprego, investindo em carreiras
profissionais antes de exclusividade dos homens.
As empresas de modo geral precisam atentar que com um acréscimo de 25
milhões de trabalhadores no período de 1976 e 2002, a mulher representa uma
parcela muito mais significativa no crescimento da população economicamente
ativa do que os homens. No entanto, a participação das mulheres no mercado não
depende somente da procura do mercado ou das qualificações femininas para
atendê-las. Depende também das suas características pessoais e familiares. A
presença de filhos na vida de trabalhadoras, sua posição na família como cônjuge,
chefe de família ou outra, sua necessidade de sustentar o lar ou ajudar
financeiramente, são fatores que estão ligados com o fato da mulher ingressar ou
não, e permanecer no mercado de trabalho.
Entretanto, já faz algum tempo, as mulheres colocaram os pés no mercado de
trabalho. Começaram guiando táxis e ônibus e hoje dirigem os destinos de
algumas das maiores empresas do planeta. Comandando cidades, estados e até
países. “As mulheres deram um salto à frente e conquistaram o espaço que, antes
se atribuía somente aos homens e, com isso, a reviravolta que se vivencia na
atualidade” (Frankel, 2007).
Segundo Burgardt (2005), durante muito tempo, as mulheres foram consideradas
sexo frágil, incapacitadas para diversas atividades. Sensíveis e desesperadas, não
poderiam, jamais, fazer parte do universo do trabalho, voraz e competitivo que a
elas nada teria a oferecer, a não ser muito sofrimento e humilhação. Porém,
vencendo preconceitos, elas batalham para conseguir um espaço e desempenhar
funções que iam muito além dos cuidados com os filhos, com os companheiros e
com o lar. Dedicadas, logo tiveram seu empenho reconhecido e passaram a brigar
de igual para igual com os homens por oportunidades profissionais. Essa igualdade
também se aplica aos tempos de crise onde o desemprego também afeta as
mulheres, ser apenas competente nos dias de hoje não é garantia de
empregabilidade não apenas para os homens, isso também reflete nas mulheres.
Leite (2006) faz uma análise da expansão da oferta de emprego e da ocupação
feminina no período compreendido entre os anos de 2000 e 2005 onde se registra
na história da economia brasileira um período ímpar na evolução da participação
feminina no mercado de trabalho. As últimas décadas vêm registrando um
aumento considerável na participação feminina no mercado de trabalho. Como a
expansão do mercado de trabalho, os dados demonstram que do total de
empregos gerados, 59% foram assumidos pelos homens, um crescimento para
41% da participação feminina é uma diferença considerável a ser registrada no
período de expansão. Neste mesmo período registra-se que o trabalho mais
qualificado vem sendo mais valorizado, em termos de demanda do mercado, do
que do trabalho menos qualificado. Especificamente para o trabalho feminino o
que deve ser destacado é que a elevação da participação feminina no mercado de
trabalho encontra-se em postos de trabalho que exigem maior qualificação. Assim,
não bastam as qualidades inatas as mulheres, é preciso preparar-se para
complementar as habilidades que elas possuem e poder exercer com maestria os
postos de liderança.
Segundo Leite (2006), no período 1996-1999 houve um saldo líquido de emprego
feminino que possuíam escolaridade acima do segundo grau no montante de
12.000 empregos. O mesmo dado para o período 2000-2005 é de 413.000
empregos, ou seja, um aumento de mais de 340%. Uma observação é necessária:
o nível de escolaridade média do brasileiro, independente do gênero, vem
apresentando variação positiva. Este indicador faz com que o número de pessoas
empregadas siga esta tendência, ou seja, apresentem elevação no seu nível de
escolaridade. Outro ponto positivo a favor das futuras gerações de líderes
femininas é que nas salas de aula hoje, encontram-se entre 50% e 60% dos
alunos do sexo feminino, isso desde a Educação Infantil, ou seja, desde pequenas
as mulheres incentivadas pelas famílias buscam a escolarização como uma forma
de elevar seus salários.
Leite (2006), afirma que, para a economia brasileira é de fácil observação que o
salário real médio da população ocupada é altamente influenciado pelo nível de
inflação. Sendo assim, em períodos onde ocorre uma desaceleração do nível geral
de preços, observa-se uma elevação do salário real. Este ganho observado,
entretanto, não é perfeitamente repartido entre homens e mulheres no mercado
de trabalho. No período de expansão compreendido entre 2000 e 2005 as
mulheres recem-empregadas recebiam 91% do valor recebido pelos homens. Sem
considerar a estratificação do mercado por nível de escolaridade, a estimativa
realizada pelo IPEA é que esta desigualdade se desfaça daqui a 75 anos. E
observe, esta tendência depende de que todas as condições atuais se mantenham.
Ou seja, que o ritmo de expansão permanece com esta tendência positiva.
Quando o trabalhador devido ao seu nível de escolaridade, Leite (2006) aponta
que as mulheres com maior nível de escolaridade auferem apenas 63% do salário
real auferido pelos homens. O interessante é que em níveis de escolaridade baixa
(pessoas que tem até a quarta série) a desigualdade diminui (as mulheres
auferem 82% do que é obtido pelos homens).
Segundo Leite (2006) Algumas explicações dadas para tais dados é que as
mulheres têm pouco acesso a postos de chefia e cargos que determinam decisões
(considerando que estes seriam mais bem remunerados). O segundo detalhe é
que quando as mulheres chegam a postos mais elevados em suas firmas, seus
salários são inferiores ao obtido pelos homens.
Quebrando esse paradigma uma pesquisa realizada pela Boston Consulting Group
desde 1986 até 2018 haverá uma ruptura, a renda das mulheres que trabalham
fora de casa equivalerá a US$ 18,5 trilhões anuais em todo o mundo.
A Itaupu Binacional, geradora responsável por 20% da energia brasileira, também
investiu na liderança feminina lançando seu programa de equidade de gênero em
2013 – Gestão para o Futuro – sua diretora Margareth Groff relata na HSM
Expomanagement em SP, 2013, que a empresa era bem masculina e que, com o
programa – que criou uma série de adaptações pra elas, como o horário móvel -,
o número de cargos gerenciais ocupados por mulheres dobrou de 10% do todo há
10 anos para 20%.
O paradigma está, enfim, mudando...
A CEO, Ginni Rometty, da IBM traz o novo paradigma que nos tempos que
vivemos todas as organizações terão de migrar do paradigma da empresa
eficiente para o da empresa inteligente, que cria valor continuamente. O líder
atual tem que tomar decisões de curto prazo em um contexto de longo prazo
afirma Ginni.
E como Rometty, que foi considerada a executiva mais poderosa do mundo pela
revista Fortune em 2012 e 2013, exerce sua liderança nesse contexto de ruptura
e desafios? A resposta é privilegiar a clareza acima de tudo, porque seu
entendimento é que a clareza acaba sendo sinônimo de execução na vida real.
Também evidencia que continua a agir com as pessoas como agiu em toda a sua
carreira: sempre tentando aprender algo com elas.
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