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O NOVO CENÁRIO: quebra de paradigmas

Mar 26, 2020

O ambiente organizacional tem passado por algumas constantes e futuras

mudanças comportamentais, que vem exigindo dos gestores uma grande

capacidade de resiliência (conceito emprestado da física para adaptação a esse

novo cenário). Com o processo de globalização, importantes mudanças ocorreram

no mundo das organizações, e a diversidade de gênero passou a difundir-se na

força de trabalho antes caracterizada pela relativa homogeneidade onde

encontram-se homens que buscam os cargos de líderes e mulheres nas mesmas

condições em cargos subalternos.

Historicamente as mulheres nas empresas são marcadas pelo autoritarismo. Mas

também, essas mesmas empresas, contraditoriamente têm experimentado o

abandono dos profissionais. É nesse movimento entre disciplina imposta e não

disciplina que se situam a preocupação, as dúvidas e as incertezas dos diretores,

líderes e colaboradores na atualidade.

Segundo Hunter (2004) “Liderança é habilidade de influenciar pessoas para

trabalharem entusiasticamente visando atingir os objetivos identificados como

sendo para o bem comum”.

É possível identificar a diferença entre “chefe” e “líder” através das ações e

posturas tomadas frente ao trabalho de modo geral. O chefe impõe seus

pensamentos enquanto o líder sabe coordenar e tirar o melhor de cada membro

da equipe e esse papel está cada vez sendo mais bem desenvolvido pelas

mulheres.

Não é possível desvincular as execuções das tarefas das construções dos

relacionamentos, visto que, o objetivo de alcançar resultados depende de dois

pilares que são o operacional e o social. (Hunter, 2004).

Vivemos em uma era de constantes mudanças, na qual existe uma grande

concorrência no mercado de trabalho e quem ganha destaque nesta busca é a

mulher, que cada vez mais vem conquistando seu espaço e ocupando cargos de

liderança nas empresas.

Frankel (2007) afirma que “quer pela prática natural, quer pela educação, as

competências femininas (...) representam apenas alguns comportamentos que as

qualificam a ocupar postos importantes de liderança”.

Ser competente independe do fato de ser homem ou mulher, segundo Frankel

(2007) “não tem nada a ver com ser competente ou incompetente pelo fato de ser

homem ou mulher. Mas, sim, tem a ver com o fato de ser homem ou mulher no

mundo contemporâneo, o que traz visões de mundo diferentes para cada gênero”.

É preciso pensar então na capacidade da mulher em atentar para várias direções

ao mesmo tempo, enquanto os homens só conseguem focar em apenas uma

direção por vez.

Autores como Frankel e Navarro destacam a todo o momento as qualidades e

competências das mulheres para assumirem a direção de empresas de pequeno,

médio e grande porte. Frankel (2007) ressalta que “todas as mulheres são,

naturalmente, líderes e que certas características exclusivas da mulher são o que

faz a grande diferença no novo conceito de liderança que as empresas buscam

atualmente”.

O gestor moderno precisa ser forte o suficiente para que possa incentivar a

quebra de paradigmas. Precisa tirar o funcionário da zona de conforto e levá-lo

para a zona de desafio.

Segundo Navarro (2008) “a presença das mulheres em praticamente todas as

profissões e o brilho com que muitas delas exercem suas funções mostram que

competência não é um fator determinado pelo gênero”.

De acordo com Navarro (2008), houve um tempo em que a mulher era excluída

do mundo dos negócios. Já faz algum tempo elas vem aos poucos ocupando

espaço no mercado, enfrentando todo tipo de adversidade, uma evidência dessa

conquista está no fato de a mulher está despertando para os ajustes de seu

comportamento, saindo do papel de vítima e assumindo a responsabilidade pelo

seu sucesso.

De acordo com os estudos de Caroline Borelli Alonso (2007), a mulher era vista

como um objeto que não necessitava de uma remuneração e, portanto não era

bem vinda em todas as atividades do mercado, principalmente nos cargos de

chefia que requeriam muita responsabilidade, dedicação e pulso firme. A elas

cabia a fatia do mercado informal onde os trabalhos femininos que traziam

dinheiro eram vendas de doces, arranjos de flores, aulas de piano, etc., o que

significava não ter que sair de casa, não ser necessária dedicação exclusiva, estar

perto dos filhos e das atividades domésticas, não ter uma renda maior que a do

companheiro.

Depois da década de 70 é que a mulher se lançou em novos caminhos para o

reconhecimento e o crescimento profissional, dando um grande salto, deixando os

postos de mãe, dona de casa e esposa, e se descobrindo como trabalhadora, se

espalhando por todos os setores e tipos de emprego, investindo em carreiras

profissionais antes de exclusividade dos homens.

As empresas de modo geral precisam atentar que com um acréscimo de 25

milhões de trabalhadores no período de 1976 e 2002, a mulher representa uma

parcela muito mais significativa no crescimento da população economicamente

ativa do que os homens. No entanto, a participação das mulheres no mercado não

depende somente da procura do mercado ou das qualificações femininas para

atendê-las. Depende também das suas características pessoais e familiares. A

presença de filhos na vida de trabalhadoras, sua posição na família como cônjuge,

chefe de família ou outra, sua necessidade de sustentar o lar ou ajudar

financeiramente, são fatores que estão ligados com o fato da mulher ingressar ou

não, e permanecer no mercado de trabalho.

Entretanto, já faz algum tempo, as mulheres colocaram os pés no mercado de

trabalho. Começaram guiando táxis e ônibus e hoje dirigem os destinos de

algumas das maiores empresas do planeta. Comandando cidades, estados e até

países. “As mulheres deram um salto à frente e conquistaram o espaço que, antes

se atribuía somente aos homens e, com isso, a reviravolta que se vivencia na

atualidade” (Frankel, 2007).

Segundo Burgardt (2005), durante muito tempo, as mulheres foram consideradas

sexo frágil, incapacitadas para diversas atividades. Sensíveis e desesperadas, não

poderiam, jamais, fazer parte do universo do trabalho, voraz e competitivo que a

elas nada teria a oferecer, a não ser muito sofrimento e humilhação. Porém,

vencendo preconceitos, elas batalham para conseguir um espaço e desempenhar

funções que iam muito além dos cuidados com os filhos, com os companheiros e

com o lar. Dedicadas, logo tiveram seu empenho reconhecido e passaram a brigar

de igual para igual com os homens por oportunidades profissionais. Essa igualdade

também se aplica aos tempos de crise onde o desemprego também afeta as

mulheres, ser apenas competente nos dias de hoje não é garantia de

empregabilidade não apenas para os homens, isso também reflete nas mulheres.

Leite (2006) faz uma análise da expansão da oferta de emprego e da ocupação

feminina no período compreendido entre os anos de 2000 e 2005 onde se registra

na história da economia brasileira um período ímpar na evolução da participação

feminina no mercado de trabalho. As últimas décadas vêm registrando um

aumento considerável na participação feminina no mercado de trabalho. Como a

expansão do mercado de trabalho, os dados demonstram que do total de

empregos gerados, 59% foram assumidos pelos homens, um crescimento para

41% da participação feminina é uma diferença considerável a ser registrada no

período de expansão. Neste mesmo período registra-se que o trabalho mais

qualificado vem sendo mais valorizado, em termos de demanda do mercado, do

que do trabalho menos qualificado. Especificamente para o trabalho feminino o

que deve ser destacado é que a elevação da participação feminina no mercado de

trabalho encontra-se em postos de trabalho que exigem maior qualificação. Assim,

não bastam as qualidades inatas as mulheres, é preciso preparar-se para

complementar as habilidades que elas possuem e poder exercer com maestria os

postos de liderança.

Segundo Leite (2006), no período 1996-1999 houve um saldo líquido de emprego

feminino que possuíam escolaridade acima do segundo grau no montante de

12.000 empregos. O mesmo dado para o período 2000-2005 é de 413.000

empregos, ou seja, um aumento de mais de 340%. Uma observação é necessária:

o nível de escolaridade média do brasileiro, independente do gênero, vem

apresentando variação positiva. Este indicador faz com que o número de pessoas

empregadas siga esta tendência, ou seja, apresentem elevação no seu nível de

escolaridade. Outro ponto positivo a favor das futuras gerações de líderes

femininas é que nas salas de aula hoje, encontram-se entre 50% e 60% dos

alunos do sexo feminino, isso desde a Educação Infantil, ou seja, desde pequenas

as mulheres incentivadas pelas famílias buscam a escolarização como uma forma

de elevar seus salários.

Leite (2006), afirma que, para a economia brasileira é de fácil observação que o

salário real médio da população ocupada é altamente influenciado pelo nível de

inflação. Sendo assim, em períodos onde ocorre uma desaceleração do nível geral

de preços, observa-se uma elevação do salário real. Este ganho observado,

entretanto, não é perfeitamente repartido entre homens e mulheres no mercado

de trabalho. No período de expansão compreendido entre 2000 e 2005 as

mulheres recem-empregadas recebiam 91% do valor recebido pelos homens. Sem

considerar a estratificação do mercado por nível de escolaridade, a estimativa

realizada pelo IPEA é que esta desigualdade se desfaça daqui a 75 anos. E

observe, esta tendência depende de que todas as condições atuais se mantenham.

Ou seja, que o ritmo de expansão permanece com esta tendência positiva.

Quando o trabalhador devido ao seu nível de escolaridade, Leite (2006) aponta

que as mulheres com maior nível de escolaridade auferem apenas 63% do salário

real auferido pelos homens. O interessante é que em níveis de escolaridade baixa

(pessoas que tem até a quarta série) a desigualdade diminui (as mulheres

auferem 82% do que é obtido pelos homens).

Segundo Leite (2006) Algumas explicações dadas para tais dados é que as

mulheres têm pouco acesso a postos de chefia e cargos que determinam decisões

(considerando que estes seriam mais bem remunerados). O segundo detalhe é

que quando as mulheres chegam a postos mais elevados em suas firmas, seus

salários são inferiores ao obtido pelos homens.

Quebrando esse paradigma uma pesquisa realizada pela Boston Consulting Group

desde 1986 até 2018 haverá uma ruptura, a renda das mulheres que trabalham

fora de casa equivalerá a US$ 18,5 trilhões anuais em todo o mundo.

A Itaupu Binacional, geradora responsável por 20% da energia brasileira, também

investiu na liderança feminina lançando seu programa de equidade de gênero em

2013 – Gestão para o Futuro – sua diretora Margareth Groff relata na HSM

Expomanagement em SP, 2013, que a empresa era bem masculina e que, com o

programa – que criou uma série de adaptações pra elas, como o horário móvel -,

o número de cargos gerenciais ocupados por mulheres dobrou de 10% do todo há

10 anos para 20%.

O paradigma está, enfim, mudando...

A CEO, Ginni Rometty, da IBM traz o novo paradigma que nos tempos que

vivemos todas as organizações terão de migrar do paradigma da empresa

eficiente para o da empresa inteligente, que cria valor continuamente. O líder

atual tem que tomar decisões de curto prazo em um contexto de longo prazo

afirma Ginni.

E como Rometty, que foi considerada a executiva mais poderosa do mundo pela

revista Fortune em 2012 e 2013, exerce sua liderança nesse contexto de ruptura

e desafios? A resposta é privilegiar a clareza acima de tudo, porque seu

entendimento é que a clareza acaba sendo sinônimo de execução na vida real.

Também evidencia que continua a agir com as pessoas como agiu em toda a sua

carreira: sempre tentando aprender algo com elas.

 

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